Desde 1982, hóspedes do complexo podem acompanhar a visita de exemplares da espécie ao local no fim do dia
O lobo-guará nunca foi tão falado como agora. O animal, nativo da fauna brasileira, foi escolhido para estampar a cédula de R$ 200. A seleção ocorreu ainda em 2001, quando o Banco Central perguntou à população quais espécimes da fauna ela gostaria de ver representados no dinheiro, tendo como base uma lista de animais em extinção. O lobo-guará ficou em terceiro, atrás da tartaruga-marinha (cédula de R$ 2) e do mico leão-dourado (R$ 20).
Para quem ficou com vontade de ver de perto esse belo animal, Minas Gerais possui uma forma tradicional. O Santuário do Caraça está reaberto desde o último 3 de agosto aos visitantes, após 90 dias fechado em virtude pandemia do novo coronavírus, e mantém a sua tradicional Hora do Lobo: no início da noite, um padre espera pelos animais no adro da igreja, para alimentá-los diante dos olhos de quem se hospeda ali.
A tradição começou em maio de 1982, quando lixeiras começaram a aparecer, no local, derrubadas e reviradas. Num primeiro momento, acreditou-se que cachorros eram responsáveis até se descobrir que um Chrysocyon brachyurus ou “animal dourado de rabo curto” passava por ali.
Membros do Santuário passaram a colocar bandejas de carne nos dois portões da frente da casa. Hoje, ela é colocada no adro da igreja, e, além do lobo-guará, cachorros-do-mato e uma anta costumam aparecer.
O lobo-guará não tem hora para chegar mas a espera começa às 18h30 – por isso, para conseguir vê-lo, é preciso se hospedar no Santuário, já que para visitantes, o parque só está aberto até as 17h; a diária custa em torno de R$ 400 para o casal, e há datas para setembro. Enquanto ele não vem, o Caraça proporciona aos hóspedes palestras sobre educação ambiental.
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O Santuário
Situado entre as cidades de Catas Altas e Santa Bárbara, a 120 km de BH, o Santuário do Caraça tem estilo gótico, e se ergue em meio à natureza. É centro de peregrinação católica, especialmente da Família Vicentina, polo de cultura e turismo.
O complexo de mais de 12 mil hectares está em um parque que atrai adeptos de ecoturismo e esportes de aventura. No local, sete trilhas levam a picos e exigem a companhia de guias. Eles devem ser contratados pelo site com dez a 15 dias de antecedência e pagos à parte. Das atrações naturais, as tradicionais são a Cascatinha (2 km) e Cascatona (6 km).
Quem deseja se hospedar deve entrar em contato pelos telefones WhatsApp (31) 98978 3180 e (31) 3942 1656 ou e-mail: centraldereservas@santuariodocaraca.com.br. Também é possível reservar hospedagem pelo site.
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