Níveis altos de cortisol podem inibir produção de proteínas e aumentar desejo por alimentos ricos em gordura e açúcar
Um alto nível de estresse pode ter diversas consequências negativas para o organismo. Ele eleva o nível do hormônio cortisol, pode aumentar a pressão arterial e acarretar no desenvolvimento de condições como a gastrite nervosa. Os treinos funcionais e de hipertrofia também podem ser prejudicados.
O cortisol contribui para a regulação da glicose no sangue, além de controlar o metabolismo de proteínas e gorduras. Só por estes motivos é possível entender os malefícios do estresse para quem quer emagrecer ou ganhar massa muscular.
Quando os níveis do hormônio estão muito altos, há o catabolismo proteico, ou seja, maior diminuição de proteínas no músculo. Resultado: menos massa muscular. As células satélites, cujas funções estão relacionadas com o reparo muscular, também são prejudicadas quando o cortisol está elevado.
Paola Machado é fisiologista do exercício, formada em educação física pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), mestre em ciências da saúde (foco em fisiologia do exercício e imunologia) e doutoranda em nutrição pela UNIFESP. O estresse foi um dos temas abordados no mestrado que a fisiologista concluiu, e, por este motivo, ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema.
“O excesso de hormônios do estresse no organismo pode causar uma interferência negativa no sistema imunológico e gerar uma supressão da atividade do sistema de defesa. Isso prejudica não só a recuperação muscular, como deixa seu corpo mais suscetível a doenças”, explica a especialista em artigo no portal Uol.
A prática de exercícios também pode contribuir para a elevação dos níveis de cortisol, ideais para nos manter em estado de alerta, como quando precisamos ter energia para reagir a uma determinada situação. Mas os treinos só interferem de forma negativa quando acontecem por longos períodos, como, por exemplo, uma hora e meia.
“A utilização do glicogênio (forma de glicose armazenada) no músculo não é a única tática ‘usada’ pelo cortisol para manter a energia do organismo em alta. O hormônio do estresse provoca um aumento exacerbado do desejo por alimentos ricos em gordura e com alto teor de açúcar”, explica Paula Machado. Está aí o efeito para o emagrecimento.
Para combater o estresse, há algumas dicas. Procurar ajuda profissional é uma das alternativas. Psicólogos, médicos e nutricionistas poderão identificar os possíveis problemas que estão desencadeando o estresse, além de poder fazer indicações de exercícios e ajudar a controlar a alimentação.
Dormir bem também é essencial. De acordo com Paula Machado, um dos principais problemas é manter a mente preocupada na hora de cair no sono, além de prejudicar as atividades do dia seguinte. Procure ingerir alimentos leves antes de ir para a cama e encontre um método para relaxar, seja fazer algo de que gosta ou até mesmo fazer meditação, um mecanismo comprovadamente eficaz para a diminuição da ansiedade.
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